BEIJA-FLORES e suas FLORES Hummingbirds and their flowers
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Fotos e textos - José Francisco Haydu & Verônica Bender Haydu
São como encontros arranjados!
De repente... dão certo!
Plantas exóticas e Beija-flores
"De acordo com a
Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, 'espécie exótica' é toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural.
'Espécie Exótica Invasora', por sua vez, é definida como sendo aquela que ameaça ecossistemas, hábitats ou espécies.
Estas espécies, por suas vantagens competitivas e favorecidas pela ausência de inimigos naturais, têm capacidade de se proliferar e invadir ecossistemas, sejam eles naturais ou antropizados."
(Ministério do Meio Ambiente)
A Tecoma stans (Bignoniacea) também conhecida como Ipezinho-de-jardim é originária do sudoeste dos EUA, mas espalhou-se por toda América Central e Sul. Embora os beija-flores apreciem as flores, a planta se torna prejudicial na medida em que pode dominar a vegetação nativa e afetar todo o ecossistema das novas regiões onde se instala. Na imagem, um Colibri serrirostris se alimenta e uma mariposa
repousa nas flores.
A Spatodea campanulata (Bignoniaceae) é
uma árvore originária da África foi introduzida como planta ornamental. Também chamada de Árvore-tulipa, produz lindas e chamativas flores. Alguns estudos apontam que o seu néctar é prejudicial para insetos, entre eles as abelhas. Na Austrália foi considerada invasiva e as autoridades ambientais determinaram a erradicação da planta.
Onde quer que existam as flores de
Spatodea e beija-flores,
estes estarão disputando ferozmente
as flores, como o faz este macho de
Heliodoxa rubricauda.
Certas plantas acompanham o homem em sua jornada de desenvolvimento. Vamos conhecer e refletir sobre como os beija-flores aproveitam as oportunidades que aparecem. Alguns adaptaram-se às perdas de fontes de alimento com o desmatamento ocorrido e tiraram proveito de espécies que o homem introduziu.
A Cerejeira-japonesa (Prunus serrulata - Rosaceae), na época da florada é uma ótima fonte de alimento para beija-flores como este macho de Heliomaster squamosus. Introduzida no Brasil pelos imigrantes japoneses, já era cultivada no Japão desde o Século IX.
As plantas da família das bananeiras (Musaceae) são originárias da Índia e foram trazidas por colonizadores. São muito bem aceitas pela fauna local, quer seja pelas suas flores ou frutos. Acima um macho de Ramphodon naevius pousado nas brácteas de Musa velutina. À direita um macho de Chlorestes cyanus e flores de Musa rosacea.
Nativa das ilhas Hawaianas, Guzmania kapoho-fire (Bromeliacea) não causa nenhuma estranheza a beija-flores como esta fêmea de Chlorostilbom lucidus. Afinal o Brasil tem muitas bromélias nativas.
Zingiber spectabilis (Zingiberaceae)
é nativa da Malásia. De início suas estranhas flores não exercem muita atração nos beija-flores. Uma vez visitadas, estes aprendem a procura-las, como o faz este macho de Anthracotorax nigricolis.
Da Austrália, Eucalyptus ficifolia (Myrtaceae) veio como planta ornamental. Como todas as outras espécies de Eucaliptos, suas flores atraem insetos e beija-flores como esta fêmea de Chlorostilbon lucidus.
Holmskoldia sanguinea (Lamiaceae) de origem Tibetana é campeã de preferencia dos beija-flores no meu jardim. Este Phaethornis pretrei que o diga.
Karomia speciosa (Lamiaceae), de origem Asiática, enfeita um jardim e ajuda a manter a fauna de beija-flores. Na imagem, é visitado por Chionomesa lactea.
Leonotis leonurus var. albiflora (Lamiaceae) é originária de Serra Leoa na África Ocidental. É um arbusto herbáceo com flores muito chamativas, ricas em néctar e que não passam despercebidas. O beija-flor é Chrysuronia versicolor kubtchecki.
Leonotis nepetaefolia (Lamiaceae) veio da África trazida pelos antigos povos escravizados, que a usavam como planta medicinal. Seu néctar abundante atrai muitos tipos de insetos também. O beija-flor é Calliphlox amethystina (macho)
Russelia equisetiformis (Plantaginaceae) veio do México. É um arbusto muito resistente e suas pequenas flores tubulares fazem a alegria de muitos beija-flores no jardim, como este exemplar de Chionomesa lactea.
Da África do Sul, veia a Tecoma alata (Bignoniaceae). Suas flores parecendo pequenas trombetas são bastante procuradas pelos beija-flores de bico mais longo, como este Glaucis hirsutus.
Verbascum virgatum (Scrophulariaceae) é originaria da Ilha da Madeira. Foi trazida pelos portuguêses e era usada como planta medicinal. Prolifera em áreas antigamente ocupadas por assentamentos humanos, na Serra da Canastra em Minas Gerais. Beija-flores como este Calliphlox amethystina fêmea gostam das suas flores.
Agapanthus africanus (Amaryllidaceae), como o próprio nome sugere, a África é seu berço de origem. Seu cultivo em jardins já data de muito tempo e
beija-flores como este Chlorestes notatus
adaptaram-se muito bem à ela.
Também de origem africana, Aloe cameroni (Asphodelaceae) uma das muitas espécies da planta popularmente conhecida por "Babosa", utilizada como planta medicinal. Uma fêmea de Lophornis magnificus procura suas flores ricas em néctar.
Flores de Citrus sp. (Rutaceae)
e uma fêmea de Chlorostilbon lucidus. A origem das plantas cítricas perde-se no tempo. Já eram conhecidas dos gregos e persas da antiguidade. Estima-se que se originaram no
Continente Asiático.
Beija-flores e abelhas apreciam muito as suas flores.
Grevillea banksii (Proteaceae) é uma recomendação quase unânime para um jardim de beija-flores. Sua origem é Australiana e todos os beija-flores a apreciam. Um Anthracotorax nigricolis (macho) inspeciona as flores.
Do Egito e Arábia
temos a
Pentas lanceolata (Rubiaceae), que é da mesma família do cafeeiro. O beija-flor é um
Heliomaster squamosus (macho).
Originário do Sri Lanka, o arbusto da Ixora coccinea (Rubiaceae) é muito popular nos jardins do Brasil inteiro. É fácil de cultivar, dispensa maiores cuidados e floresce o ano inteiro. A família desta planta é a mesma do nosso conhecido cafeeiro e todas as flores dessa família são muito apreciadas por beija-flores. Existem muitas Rubiáceas nativas nas Américas e plantas da mesma família, importadas de outros continentes não causam nenhuma estranheza aos beija-flores, que são aves exclusivamente americanas. Rubiáceas, sendo exóticas ou não, são bem-vindas ao cardápio dessas aves. O beija-flor é uma fêmea de Anthracotorax nigricolis.
Streptosolen jamesonii (Solanaceae)
é um arbusto de 1,5 m de altura, nativo dos Andes Peruanos. Adapta-se muito bem ao nosso clima e é cultivado em jardins. Como tantas outras plantas exóticas que importamos dos outros países da América do Sul, ela evoluiu com os beija-flores Andinos e na minha opinião, é perfeitamente normal que os beija-flores brasileiros as aceitem em seu cardápio. Para esses, são apenas flores às quais eles procuram se adaptar quando as encontram. O mesmo acontece para plantas oriundas de outros continentes. Se o néctar das flores
tiver a composição adequada e for acessível,
os beija-flores as aceitarão.