BEIJA-FLORES e suas FLORES Hummingbirds and their flowers
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Fotos e textos - José Francisco Haydu & Verônica Bender Haydu
Mitos e Lendas
Em nossa cultura, de forma geral, o beija-flor desperta sentimentos de ternura, pois sua imagem graciosa parece ter saído de algum conto de fadas. Para as culturas indígenas americanas, muitos animais representavam espíritos e divindades e não é de se estranhar que os nativos americanos tenham lendas sobre os beija-flores. Uma dessas lendas conta uma história muito romântica, parecida a de
“Romeu e Julieta”, de Shakespeare.
(Lenda indígena norte-americana)– O BEIJA-FLOR
Existiam duas tribos morando à beira de um rio: uma tribo maior e uma tribo menor.
A tribo menor plantava e pescava com muito afinco e, com isso, começou a ter mais peixe e maior abundância de alimentos. Isto gerou inveja na outra tribo, que começou a hostilizar seus vizinhos, primeiro com palavras, depois com gestos e por fim declararam guerra àqueles que, mesmo em menor número, eram mais trabalhadores e eficientes.
Indiferentes a estas questões, dois jovens se enamoraram, porém cada qual pertencia a uma tribo.
O rapaz pertencia à tribo menor e a jovem à tribo maior. Apesar da guerra, os dois se encontravam às escondidas, mas um dia os guerreiros da tribo da jovem a seguiram e os encontraram namorando. Depois de espancar o rapaz e pensando que ele já estivesse morto, levaram a jovem de volta à tribo.
O Conselho dos Anciãos foi convocado para o julgamento da pobre jovem. A acusação era de traição, já que as tribos estavam em guerra e eles acreditavam que ela passava segredos para a outra tribo. A sentença era de morte, mas por ela ser muito jovem e bela, convocaram os Xamãs que resolveram transformá-la numa flor.
O rapaz, socorrido por seus guerreiros, sobreviveu ao espancamento e, tão logo se recuperou, passou a procurar desesperadamente pela sua amada. Ele chamou os Anciãos e anunciou que iria até a outra tribo em busca de seu amor. Eles não permitiram tremenda loucura e tentaram, de toda forma, impedi-lo. Afirmaram que na sua tribo existiam lindas moças que poderiam ser boas esposas e dar-lhe filhos fortes e saudáveis. O rapaz estava irredutível e, os anciãos, vendo tamanha decisão e tristeza do jovem, chamaram os Xamãs para ajudá-los. Depois de muito pensar e sabendo que a jovem amada tinha sido transformada em flor decidiram transformá-lo em Beija-Flor.
Segundo a lenda, é por isto que o Beija-Flor vai de flor em flor, sempre tentando achar a sua amada.
Em toda lenda indígena existe uma moral que os mais velhos ensinam aos mais novos e esta é que nunca se deve desistir do seu objetivo.
Porém os beija-flores também possuem um lado “sombrio”. São aves cheias de energia e muito combativas entre si. Tais características não passaram despercebidas dos antigos astecas, que veneravam a divindade guerreira HUITZILOPOCHTLI, representada por um beija-flor.
Divindade asteca do Estado e da guerra, Huitzilopochtli (traduzido por Beija-Flor Azul ou Beija-flor Canhoto ou ainda Beija-flor do Sul) também é considerado patrono da cidade mexicana de Tenochtitlán. Filho da deusa Coatlicue, deusa do nascimento e mãe dos deuses, com o deus Mixcoatl, deus da caça.
Nas Crônicas Mexicayolt, é dito que Huitzilopochtli nasceu quando ele soube – ainda no ventre de sua mãe – que sua irmã, Coyolxauhqui, planejava com seus irmãos matar sua genitora por ter concebido um filho de um jeito vergonhoso com Mixcoatl. Huitzilopochtli então nasceu já crescido e totalmente armado. Sozinho, protegeu sua mãe e matou Coyolxauhqui e seus 400 irmãos. Ele pegou a cabeça de sua irmã e jogou ao céu, criando a Lua. E jogou os restos dos seus outros irmãos também para o céu, formando as estrelas. Assim, Coatlicue poderia se confortar olhando para o céu todas as noites vendo seus filhos caídos.
Outra lenda sobre este deus envolve a fundação do povo mexicano. A terra natal do povo asteca se chamava Aztlan (muitos consideram que seja o célebre continente perdido da Atlântida), da qual Huitzilopochtli ordenou que saíssem para encontrarem uma nova morada. Além disso, ordenou que nunca mais se chamassem de astecas, mas sim “mexicas”. Ele os guiou pela jornada até o Lago Texcoco, onde uma águia estaria empoleirada sobre um cacto comendo uma serpente. Quando os astecas chegaram, a águia se curvou para eles. Neste lugar, eles construíram um templo e o chamaram de Tenochtlitlán.
(Willis, Roy, 2007)
Lenda Asteca - HUITZILOPOCHTLI
Exemplares machos da espécie Anthracotorax nigricolis em disputa, mostram muito do espírito guerreiro que inspirou os Astecas.