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Lophornis magnificus - macho, esquivando-se do assédio de uma vespa. Bebedouros com um único orifício de alimentação provocam mais respostas agressivas desses insetos por razões obvias. Quando o bebedouro possui mais orifícios, o inseto instala-se em um e o beija-flor vai para outro automaticamente, a não ser que os insetos sejam muitos. 

Controle de insetos

nos bebedouros

Convidados e não convidados!

Em qual festa

não são encontrados?

Lophornis magnificus - macho, esquivando-se do assédio de uma vespa. Bebedouros com um único orifício de alimentação provocam mais respostas agressivas desses insetos por razões obvias. Quando o bebedouro possui mais orifícios, o inseto instala-se em um e o beija-flor vai para outro automaticamente, a não ser que os insetos sejam muitos. 

     Alguns tipos de bebedouros atraem mais insetos do que outros e para um leigo é difícil saber o motivo. Que as abelhas e as vespas são insetos úteis e desempenham papel importantíssimo na polinização de muitas espécies vegetais, não se discute. Sabe-se também que se elas desaparecessem repentinamente da face da terra, a humanidade passaria por uma crise de abastecimento de alimentos sem precedente. No entanto, as abelhas não são desejadas nos bebedouros, pois competem ferozmente pelo líquido açucarado e vencerão a disputa, a menos que você intervenha. Os beija-flores as evitam, já que apenas uma ferroada desses insetos pode matá-los. A massa corporal dessas aves é muito pequena para absorver e neutralizar a quantidade de toxinas de uma única picada.

     Comentar sobre a funcionalidade de bebedouros pode criar tanta polêmica quanto à prática de usá-los, mas muitas pessoas querem saber o que faço para evitar as abelhas. Da parte deles, contam que já fizeram isso e aquilo e que não deu certo, e que por isso desistiram. Outros dizem que resolveram o problema passando alguma substância em volta do orifício do bebedouro em que o beija-flor introduz o bico e que isso resolveu. O problema em adotar um procedimento assim é que você pode contaminar o líquido açucarado e por consequência a ave. Eu nunca consegui que alguma dessas “soluções” desse certo. Em duas ocasiões desisti, por algum tempo, da prática de alimentar beija-flores. As abelhas são muito persistentes e adaptam-se em pouco tempo.

      Infelizmente a maioria dos bebedouros que estão à venda favorece o acesso das abelhas e fica por conta do seu comprador resolver o problema. Uma das causas é que o líquido açucarado fica disponível logo na borda do orifício por onde as aves introduzem o bico e as abelhas o acessam facilmente. Outro problema é no acoplamento do reservatório à sua base, onde ficam os orifícios alimentadores: uma das partes é afixada à outra por pressão. Os bebedouros são compostos de duas peças de materiais diferentes, sendo o reservatório mais rígido e a base mais elástica, com as variações de temperatura a base pode se soltar do reservatório, esparramando o líquido no chão. Com uso contínuo, a própria fadiga dos materiais propicia isso, tornando a junção mais folgada.

     Algumas vezes, aves mais pesadas como as saíras ou cambacicas se agarram ao bebedouro para sugar o líquido açucarado e o seu peso pressiona a base, separando-a do reservatório. O próprio peso do líquido por vezes faz isso. Em outros modelos, a base tem um pequeno prato abaixo dos orifícios, que é para não haver gotejamento no piso. Isso acaba por atrair mais abelhas, pois o líquido açucarado se acumula no recipiente. 

Minha experiência com esses tipos de bebedouros, no passado, me levou a concluir que não existem soluções duradouras. Eventualmente fazemos algo e as abelhas vão embora, mas sempre voltam. Muitas vezes, são abelhas da espécie Apis mellifera “africanizadas”, que possuem ferrão e colocam em risco os moradores e seus animais de estimação.

 Outras vezes, são as Arapuás (Trigona spinipes), pequenas abelhas negras que embora desprovidas de ferrão, afugentam as aves igualmente. Elas se agarram aos beija-flores e dificilmente os largam, causando-lhes verdadeiro desespero.  

        Num teste de paciência com qualquer das espécies de abelhas, você e os beija-flores saem perdendo. Existem outros fatores além dos tipos de bebedouros que podem influir no controle de uma infestação por essas abelhas, tais como a época do ano, condições climáticas, tamanho e proximidade do enxame. Pode acontecer também que não havendo enxames nas imediações, você estará completamente livre desse inconveniente e qualquer bebedouro funcionará maravilhosamente, mas eu nunca tive tal sorte.

     No entanto, minha paixão pelos beija-flores sempre fazia com que eu retornasse ao uso dos bebedouros. Pesquisando na Internet anos atrás, encontrei um site nos EUA que publicava o resultado de um teste de controle de qualidade, que avaliou a funcionalidade dos bebedouros para beija-flores vendidos naquele país. Um dos itens avaliados era a eficiência em bloquear o acesso das abelhas (bee guards na língua inglesa). Decidi então importar, para meu uso, dois tipos de bebedouros avaliados por notas máximas nessa característica. Deu certo e funcionam muito bem para as duas espécies de abelhas (Apis mellifera e Trigona spinipes) que me atormentavam (e aos beija-flores). Já os tenho em uso contínuo por quase 10 anos e continuam tão eficientes como quando os comprei. Antes a atividade de combater uma infestação de abelhas nos bebedouros consumia muito do meu tempo. Agora eu dedico o tempo que me sobra em observar e fotografar.

     As formigas, apesar de parecerem menos problemáticas que as abelhas, podem até ser mais nocivas. Elas costumam descer pelo gancho ou cordão pelo qual se pendura o bebedouro e instalam-se em volta dos orifícios de alimentação. Se puderem, penetram ao interior da garrafa e morrem afogadas no líquido, contaminando-o. As formigas podem ser facilmente barradas, colocando-se algum repelente no cordão ou arame em que o bebedouro é pendurado. Querosene, detergentes ou desinfetantes domésticos, graxa automotiva e muitos outros produtos, as repelem satisfatoriamente. Mesmo um pequeno chumaço de algodão sem nenhuma substância barra o seu acesso. As formigas têm dificuldade para andar na superfície de fibras, porém se o algodão tomar chuva, ele se compacta e elas atravessarão a barreira. Muitos bebedouros já possuem moldado, um pequeno recipiente em local estratégico para se colocar algum repelente líquido e essa parte, funciona muito bem.

    As formigas, pelo seu hábito de andar pelos mais variados lugares e explorar muitas possíveis fontes de alimento, inclusive em lixo, são um risco muito grande de contaminação nos bebedouros. Ao percebê-las nos bebedouros, lave-os bem e use nova mistura.

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